segunda-feira, 18 de junho de 2012

Rosas


Não me voltes a oferecer rosas vermelhas, pois acabo sempre por me magoar nos espinhos que me invadem a pele e se disfarçam na perfeita convenção do amor. Não me voltes a oferecer rosas porque as tuas são envoltas em arame farpado e tu insistes em regar o pé da roseira com o sangue que brota das minhas feridas.
Não me voltes a oferecer rosas embrulhadas em sorrisos venenosos e falsas entregas. Eu nem sequer gosto de rosas vermelhas! Não me dês mais rosas vermelhas, oferece-me antes uma rosa negra, esse negro aveludado da cor das sombras.
Da próxima vez serei eu a oferecer-te flores, vou oferecer-te uma rosa tatuada de intenções e quando for a tua vez de sangrar, arrancarei as pétalas uma a uma e vou disfarçar um sorriso vitorioso quando os meus espinhos rasgarem a tua pele.

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